quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

O Grego Aristoteles

Pensamento ético de Aristóteles e suas descobertas

Os pensamentos gregos aristotélicos foram essenciais para o entendimento de nós mesmo num contexto racional. Entenda mais sobre a ética aristotélica.
      
Os gregos foram sem dúvida, a base principal do pensamento ocidental na Europa que consequentemente espalhou-se para as Américas depois de muitas adaptações. Mesmo as vezes sem notar, vivemos com heranças do pensamento grego em nossas vidas quotidianas e os estudamos sem mesmo saber que grande parte dos conhecimentos provém deles.
Grande parte dos esquemas de pensamento racional produzidos pela igreja católica e mais tarde retomados por outros cientistas sociais e filósofos, provém dos textos gregos escritos há séculos antes. Sem dúvida, os pensadores gregos estavam num momento de grandes debates econhecimento quando produziram tão valiosos escritos.

A Ética Aristotélica – Questão da Alma

Aristóteles talvez tenha sido um dos mais conhecidos autores gregos. Em sua obras, ele problematiza questões já discutidas por outros pensadores gregos como Platão e Sócrates, principalmente do que se diz respeito a alma e os anseios humanos.
De acordo com Aristóteles, todos os seres possuem um motor que os impulsiona, algo que gera suas ações e reações e transcendem a sua essência. A esse

Cada tipo de ser possui um tipo de comportamento e de expressão na vida própria. Nesse caso, os tipos de alma seriam diferentes de acordo com as capacidades das espécies. Os vegetais por exemplo, possuem uma alma
 vegetativa, que corresponde às funções de reprodução e crescimento.elemento essencial, Aristóteles assim como Sócrates e Platão, chamou de alma.
Já os animais, além de conterem uma alma vegetativa, contém também uma alma sensitiva, devido ao fato deles serem dotados de percepção do mundo ao seu redor e poderem se movimentar de forma satisfatória.
O homem grego por sua vez, além de ter as duas almas já explicitadas acima, possui uma alma intelectiva, pois essa se refere além das outras capacidades, a capacidade de racionalizar as coisas e questões, a capacidade do pensamento.

A Questão da Ação

O homem, dotado de faculdades intelectivas, seria capaz de racionalizar suas ações que poderiam ser feitas ou não para aquilo que ele mesmo considera bom ou agradável para ele. Para isso, os atos dos homens são nada mais nada menos do que a busca pela felicidade (conceito grego de eudaimonia).
O motivo pelo qual buscamos a felicidade para Aristóteles, se justifica por ela mesma ser uma aspiração incondicional da experiência humana. Isso porque a felicidade é o fim último e completo, não sendo possível obter nada mais após dela. Dessa forma, a felicidade possui em si própria um sentido completo.
Durante a vida, o homem realizaria seus atos em busca da felicidade e que para isso, deveria agir de acordo com a moral e virtude da racionalidade, de sua condição natural de intelecto, algo que o diferencia dos outros seres. Como o intelecto é a única virtude que pertence só ao homem, então seria somente por meio dessa virtude que este alcançaria a eudaimonia, enquanto potência.

A Ética de Aristóteles

Apesar da razão ser potência natural e exclusiva do homem, não só de razão o homem é constituído, pois as outras almas também estão presentes em sua natureza. Por esse motivo, os homens poderiam ser levados por outros impulsos naturais que não o intelecto.
Como face disso, os desejos e apetites são comuns a parte sensitiva de nossa essência, e ceder somente a eles seria agir contra a virtude racional proposta para alcançar a felicidade. Uma vez considerado que sentir os desejos e apetites seja também de nossa natureza, isso não nos seria proibido.
Porém, a ética entra como reguladora dos desejos das outras essências para um bem comum, que no caso seria a felicidade. O homem pode ter os desejos e apetites, desde que regulados abaixo do intelecto e racionalidade. A conduta humana então, determina nossa condição virtuosa ou maléfica, na medida em que escolhemos ou não a racionalidade.
Aristóteles não considera os impulsos de desejo como sendo involuntários ou frutos de uma certa ignorância da parte irracional do humano. Os considera voluntários e normais a condição de homens, porém com a possibilidade de serem regulados de forma ética pela racionalidade. Chegando assim, ao estado de sujeito autônomo, que é capaz de responder pelos seus atos e reconhecer suas capacidades livres perante isso.


Fonte: http://www.fcnoticias.com.br/pensamento-etico-de-aristoteles-e-suas-descobertas/#ixzz3S4FqbRzV

Robério oliveira





Lembranças





sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Paulo freire

Método Paulo Freire: alfabetização pela conscientização

Foto retirada do site: Wikipédia


Método Paulo Freire consiste numa proposta para a alfabetização de adultos desenvolvida pelo educador, o método nasceu em 1962 quando Freire era diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade do Recife onde formou um grupo para testar o método na cidade de Angicos, RN onde alfabetizou 300 cortadores de cana em apenas 45 dias, Freire criticava o sistema tradicional, o qual utilizava a cartilha como ferramenta central da didática para o ensinar da leitura e da escrita. As cartilhas ensinavam pelo método da repetição de palavras soltas ou de frases criadas de forma forçosa, que comumente se denomina como linguagem de cartilha, por exemplo “Eva viu a uva”, “o boi baba”, “a ave voa”, dentre outros.
“Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”(Paulo freire)
 O método propõe a identificação das palavras-chave do vocabulário dos alunos - as chamadas palavras geradoras. Elas devem sugerirsituações de vida comuns e significativas para os integrantes da comunidade em que se atua, como por exemplo, "tijolo" para os operários da construção civil.  Diante dos alunos, o professor mostrará lado a lado a palavra e a representação visual do objeto que ela designa. Os mecanismos de linguagem serão estudados depois do desdobramento em sílabas das palavras geradoras. O conjunto das palavras geradoras deve conter as diferentes possibilidades silábicas e permitir o estudo de todas as situações que possam ocorrer durante a leitura e a escrita.
"Em sala de aula, os dois lados aprenderão junto, um com o outro - e para isso é necessário que as relações sejam afetivas e democráticas, garantindo a todos a possibilidade de se expressar. Uma das grandes inovações dapedagogia freireana é considerar que o sujeito da criação cultural não é individual, mas coletivo".(ROMÃO, José Eustáquio, Revista Nova Escola p.2)
valorização da cultura do aluno é a chave para o processo deconscientização preconizado por Paulo Freire, ele propôs o que chamou de Temas Geradores, onde o educador e educando em sala de aula aprendem juntos, a diversidade pode contribuir para o dinamismo da aula, para o despertar do interesse, da atenção e do envolvimento,garantindo a todos a possibilidade de se expressar sobre aspectos da realidade, mantendo uma ligação com o universo conhecido deles, impulsionando-os para novas descobertas, pois aprendemos melhor aquilo que temos interesse em conhecer. Os Temas Geradores ajuda a organizar o trabalho de sala de aula porque possibilita uma aprendizagem significativa.

 “Os conteúdos de ensino são resultados de uma metodologia dialógica. Cada pessoa, cada grupo envolvido na ação pedagógica dispõe em si próprio, ainda que de forma rudimentar, dos conteúdos necessários dos quais se parte. O importante não é transmitir conteúdos específicos, mas despertar uma nova forma de relação com a experiência vivida. A transmissão de conteúdos estruturados fora do contexto social do educando é considerada “invasão cultural” ou “depósito de informações” porque não emerge do saber popular".

A proposta de Freire parte do estudo da realidade que é a fala do educando, e aorganização do dado que é a fala do educador, surgindo os Temas Geradoresda problematização da prática de vida dos educandos e os conteúdos de ensino que são resultados de uma metodologia dialógica.
"Uma das grandes inovações da pedagogia freireana é considerar que o sujeito da criação cultural não é individual, mas coletivo". (ROMÃO, José Eustáquio, Revista Nova Escola p.2)

Etapas do método
1.                 Etapa de Investigação: busca conjunta entre professor e aluno das palavras e temas mais significativos da vida do aluno, dentro de seu universo vocabular e da comunidade onde ele vive.
2.                 Etapa de Tematização: momento da tomada de consciência do mundo, através da análise dos significados sociais dos temas e palavras.
3.                 Etapa de Problematização: etapa em que o professor desafia e inspira o aluno a superar a visão mágica e acrítica do mundo, para uma postura conscientizada.
As fases de aplicação do método
Freire propõe a aplicação de seu método nas cinco fases seguintes:
·                     1ª fase: Levantamento do universo vocabular do grupo. Nessa fase ocorrem as interações de aproximação e conhecimento mútuo, bem como a anotação das palavras da linguagem dos membros do grupo, respeitando seu linguajar típico.
·                     2ª fase: Escolha das palavras selecionadas, seguindo os critérios deriqueza fonéticadificuldades fonéticas - numa seqüência gradativa das mais simples para as mais complexas, do comprometimento pragmático da palavra na realidade social, cultural, política do grupo e/ou sua comunidade.
·                     3ª fase: Criação de situações existenciais características do grupo. Trata-se de situações inseridas na realidade local, que devem ser discutidas com o intuito de abrir perspectivas para a análise crítica consciente de problemas locais, regionais e nacionais.
·                     4ª fase: Criação das fichas-roteiro que funcionam como roteiro para os debates, as quais deverão servir como subsídios, sem no entanto seguir uma prescrição rígida.
·                     5ª fase: Criação de fichas de palavras para a decomposição das famílias fonéticas correspondentes às palavras geradoras.

O trabalho com o tema gerador na EJA fase I, possibilita a interdisciplinaridade integrando as disciplinas Língua PortuguesaMatemática, e Estudo da Sociedade e Natureza, desenvolvendo temas que estejam relacionados com o dia-a-dia dos educandos, partindo de sua realidade e valorizando a sua vivência, através de músicas, poemas, textos informativos e reflexivos, além de facilitar a assimilação dos conteúdos, favorece a integração do grupo.

COLOCANDO EM PRÁTICA
Trabalhando com tema gerador em sala multisseriada- 1ª a 4ª etapa: 
Exemplos: 
Sugestão de Atividades: Tema Gerador FAMÍLIA (minha realidade)
Marcadores: oficina de capacitação EJA 2012
Sugestão de Atividades: Palavra Geradora VIDA ( Valéria Souto)
Livros  de Paulo Freire em PDF

Ver também fontes pesquisadas:

BRASIL ALFABETIZADO: experiências de avaliação dos parceiros, disponível em:http://pt.pdfsb.com/readonline/596c684865517830566e4a344458316855513d3d-1286946. Acessado em 13/11/2012

MÉTODO PAULO FREIRE, disponível em:


Paulo Freire, o mentor da educação para a consciência, disponível em:http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/mentor-educacao-consciencia-423220.shtml?page=1.Acessado em 13/11/2012

Paulo Freire, Vida e obra. Disponível em: http://www.educacaonaescola.com.br/paulo-freire/. Acessado em 10/10/2012

Paulo Freire, Relação Professor Aluno, vídeo disponível em:
http://youtu.be/-NQzQlPrQwQ. Acessado em 10/10/2012
Entenda o método Paulo Freire
Paulo Freire desenvolveu um método de alfabetização baseado nas experiências de vida das pessoas. Em vez de buscar a alfabetização por meio de cartilhas e ensinar, por exemplo, “o boi baba” e “vovó viu a uva”, ele trabalhava as chamadas “palavras geradoras” a partir da realidade do cidadão. Por exemplo, um trabalhador de fábrica podia aprender “tijolo”, “cimento”, um agricultor aprenderia “cana”, “enxada”, “terra”, “colheita” etc. A partir da decodificação fonética dessas palavras, ia se construindo novas palavras e ampliando o repertório.
O método Paulo Freire estimula a alfabetização dos adultos mediante a discussão de suas experiências de vida entre si, através de palavras presentes na realidade dos alunos, que são decodificadas para a aquisição da palavra escrita e da compreensão do mundo.
“A concepção freiriana procura explicitar que não há conhecimento pronto e acabado. Ele está sempre em construção”, explica Sonia Couto Souza Feitosa, coordenadora do Centro de Referência Paulo Freire (CRPF), entidade mantida pelo Instituto Paulo Freire.  “Aprendemos ao longo da vida e a partir das experiências anteriores, o que faz cair por terra a tese de que alguém está totalmente pronto para ensinar e alguém está “totalmente” pronto para receber esse conhecimento, como uma transferência bancária. Esse caráter político, libertador, conscientizador é o diferencial da metodologia de Paulo Freire dos demais métodos de alfabetização.”
O método Paulo Freire foi desenvolvido no início dos anos 1960 no Nordeste, onde havia um grande número de trabalhadores rurais analfabetos e sem acesso à escola, formando um grande contingente de excluídos da participação social. Com o golpe militar de 1964, Paulo Freire foi preso e exilado, e seu trabalho interrompido.
“Já naquela época Paulo Freire defendia um conceito de alfabetização para além da decodificação dos códigos linguísticos, ou seja, não basta apenas saber ler e escrever, mas fazer uso social e político desse conhecimento na vida cotidiana”, explica Sonia, que é licenciada em Letras e Pedagogia, com mestrado e doutorado pela Faculdade de Educação da USP.
Desde seus primeiros escritos, Paulo Freire considerou a escola muito mais do que as quatro paredes da sala de aula. Apesar de aplicado entre jovens e adultos, o método também pode ajudar na alfabetização e letramento de crianças.
O método Paulo Freire é dividido em três etapas. Na etapa de Investigação, aluno e professor buscam, no universo vocabular do aluno e da sociedade onde ele vive, as palavras e temas centrais de sua biografia. Na segunda etapa, a de tematização, eles codificam e decodificam esses temas, buscando o seu significado social, tomando assim consciência do mundo vivido. E no final, a etapa de problematização, aluno e professor buscam superar uma primeira visão mágica por uma visão crítica do mundo, partindo para a transformação do contexto vivido.
Nascido no Recife, Freire ganhou 41 títulos de doutor honoris causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford. Ele morreu em maio de 1997, e no ano passado foi declarado patrono da educação brasileira. “O legado que ele nos deixa, entre tantas contribuições, é de esperança”, destaca a coordenadora. “Um legado de entender a educação como espaço de transformação social, que nos ajuda não só a ler a história, mas sermos também escritores da história.”
Colaborou Vanessa Fajardo, do G1, em São Paulo

Paulo Freire

Biografia de Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia, método Paulo Freire, sistema de alfabetização de adultos, pensamentos, pedagogia do oprimido, livros de Paulo Freire



Paulo Freire: educador reconhecido internacionalmente pelo método de alfabetização

Introdução 

Paulo Régis Neves Freire, educador pernambucano, nasceu em 19/9/1921 na cidade do Recife. Foi alfabetizado pela mãe, que o ensina a escrever com pequenos galhos de árvore no quintal da casa da família. Com 10 anos de idade, a família  mudou para a cidade de Jaboatão.

Biografia resumida

Na adolescência começou a desenvolver um grande interesse pela língua portuguesa. Com 22 anos de idade, Paulo Freire começa a estudar Direito na Faculdade de Direito do Recife. Enquanto cursava a faculdade de direito, casou-se com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira. Com a esposa, tem teve cinco filhos e começou a lecionar no Colégio Oswaldo Cruz em Recife.

No ano de 1947 foi contratado para dirigir o departamento deeducação e cultura do Sesi, onde entra em contato com a alfabetização de adultos. Em 1958 participa de um congresso educacional na cidade do Rio de Janeiro. Neste congresso, apresenta um trabalho importante sobre educação e princípios de alfabetização. De acordo com suas idéias, a alfabetização de adultos deve estar diretamente relacionada ao cotidiano do trabalhador. Desta forma, o adulto deve conhecer sua realidade para poder inserir-se de forma crítica e atuante na vida social e política. 

No começo de 1964, foi convidado pelo presidente João Goulart para coordenar o Programa Nacional de Alfabetização. Logo após o golpe militar, o método de alfabetização de Paulo Freire foi considerado uma ameaça à ordem, pelos militares.Viveu no exílio no Chile e na Suíça, onde continuou produzindo conhecimento na área de educação. Sua principal obra, Pedagogia do Oprimido, foi lançada em 1969. Nela, Paulo Freire detalha seu método de alfabetização de adultos. Retornou ao Brasil no ano de 1979, após a Lei da Anistia.

Durante a prefeitura de Luiza Erundina, em São Paulo, exerceu o cargo de secretário municipal da Educação. Depois deste importante cargo, onde realizou um belo trabalho, começou a assessorar projetos culturais na América Latina e África. Morreu na cidade de São Paulo, de infarto, em 2/5/1997.

Obras do educador Paulo Freire:

- A propósito de uma administração. Recife: Imprensa Universitária, 1961.
- Conscientização e alfabetização: uma nova visão do processo. Estudos Universitários – Revista de Cultura da Universidade do Recife. Número 4, 1963: 5-22.
- Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1967.
- Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1970.
- Educação e mudança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1979.
- A importância do ato de ler em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez Editora, 1982.
- A educação na cidade. São Paulo: Cortez Editora, 1991.
- Pedagogia da esperança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1992.
- Política e educação. São Paulo: Cortez Editora, 1993.
- Cartas a Cristina. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1974.
- À sombra desta mangueira. São Paulo: Editora Olho d’Água, 1995.
- Pedagogia da autonomia. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1997.
- Mudar é difícil, mas é possível (Palestra proferida no SESI de Pernambuco). Recife: CNI/SESI, 1997-b.
- Pedagogia da indignação. São Paulo: UNESP, 2000.
- Educação e atualidade brasileira. São Paulo: Cortez Editora, 2001.