sexta-feira, 23 de maio de 2014

O PROFESSOR

O PROFESSOR:
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem de decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio das empresas nacionais e internacionais. A função do professor Um baixo nível de expectativa faz com que a sociedade perceba o professor de Educação Física simplesmente como um agente de "instrução física". Para os professores que atuam na área, ficam estabelecidos padrões que acabam constituindo pré-requisitos para o exercício da profissão. Tudo isto contribui para o desvirtuamento do perfil daquele que se utiliza das atividades físicas como elemento da Educação. A história dos cursos superiores de Educação Física no Brasil é bem recente. Eles carregam em seu bojo características que colaboraram e/ou colaboram para o seu envolvimento numa atmosfera de antiintelectualidade. As exigências para o ingresso nas Faculdades são um exemplo bastante significativo. Até a década de cinqüenta, bastava o candidato haver concluído o 1º grau. Era o suficiente para iniciar um curso que seria de 3° grau! Obviamente não se poderia exigir muito daqueles que possuíam apenas o chamado ginasial. A imagem do professor de Educação Física ficou comprometida e criou-se um ambiente de discriminação em relação à matéria. O envolvimento da Educação Física com o indivíduo e com a sociedade dá-lhe responsabilidades que extrapolam o "fazer ginástica" ou "jogar futebol". O professor não pode, diante da sua missão, aprofundar-se unicamente nos seus conhecimentos técnicos. 0 domínio da técnica é indispensável, mas como um meio. Um instrumento criado pelo homem, para ser utilizado em seu próprio benefício. Não se pode deixar o feitiço virar contra o feiticeiro. Ou, conforme a previsão de uma personagem de Gabeira: "Pois é. Acontece. Um dia a máquina vence". Os cursos de Educação Física são procurados, geralmente por quem gosta da prática esportiva. O que é natural, saudável e altamente positivo. A futura atividade profissional, porém, não exigirá maiores habilidades motoras daquele que se propõe a ser um professor. A condição de atleta ou ex-atleta em nada o ajudará no cumprimento de sua tarefa educacional. Cabe às Escolas de Educação Física canalizar toda essa vocação esportiva para objetivos realmente compatíveis com a missão de um professor. Muitas vezes, infelizmente, tal não ocorre. Logo de início, nos vestibulares, os alunos passam por provas que procuram medir o seu desempenho físico, reforçando uma visão deturpada que, de um modo geral, os candidatos têm da sua futura profissão. Mas o pior acontece quando, já matriculados, aquele desempenho físico continua sendo fundamental no processo de avaliação acadêmica. A preocupação das escolas deveria ser, essencialmente, "ensinar a ensinar". 0 produto dessas escolas não são atletas, mas professores. A nossa atividade é eminentemente intelectual, e não física. Existem no Brasil, atualmente, quase cem escolas que formam especialistas. Mas não se pode ficar reproduzindo modelos ultrapassados. Evoluímos consideravelmente no aspecto técnico que, constantemente, fica divorciado do principal: o pedagógico. Para assumir uma nova postura, é necessário vencer algo quase inexpugnável: a tradição. Uma tradição que fez com que os professores egressos dos seus cursos de licenciatura continuem a ter de passar por provas de aptidão física e habilidade motora nos concursos públicos. Essa tradição que leva muitos pais a impedirem que os seus filhos se interessem pela Educação Física como profissão. Essa mesma tradição que permite a várias escolas burlarem leis que obrigam a prática dos exercícios físicos. Claro que não basta legislar. Lei não muda comportamento. Nem dos professores, nem dos leigos. Aquele baixo nível de expectativa já referido será alterado na medida em que a sociedade nos vir como educadores. Para tal, não adianta apregoarmos que o somos. É necessário que o sejamos. Ser ou não ser, eis a resposta A enorme variedade de abordagens sobre a Educação Física dificulta o estabelecimento dos seus objetivos. E nisso entra a descoberta daquela identidade de que tanto carece. Baseadas em diversos interesses - nacionalistas, políticos, pessoais - várias denominações são (e foram) adotadas: educação do movimento, educação pelo movimento, educação do corpo, cultura do físico e esporte, para citar algumas. Acreditamos que qualquer outra nomenclatura tenderá a restringir o campo de atuação da Educação Física. Entre todas essas denominações, esporte é a que mais compete com a tradicional expressão Educação Física. 0 fascínio esportivo que tomou conta das últimas gerações criou fronteiras entre o esporte e a Educação Física, é sintomática a existência de revistas, Secretarias, Escolas de Educação Física e Desportos. O esporte deixa de ser uma preocupação da Educação Física, desliga-se e, até mesmo, opõe-se a ela. Corre-se o risco de o

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