ATIVIDADES
quinta-feira, 24 de julho de 2014
Curso Psicologia Da Educação (Introdução)
Estudando: Psicologia da Educação
Introdução
A Psicologia: uma breve retrospectiva de sua evolução histórica
A Psicologia, enquanto tentativa de
conhecer o comportamento humano, tem sido através dos tempos uma atividade
natural do ser humano, praticada informal e assistematicamente no cotidiano das
pessoas, nas situações mais curiosas e com vários sentidos.
Estamos a falar da
chamada Psicologia do senso comum, resultado das experiências de vida
dos homens em geral, e que, por isso mesmo, na maior parte das vezes se
constitui de erros e acertos.
Já a Psicologia enquanto ciência que
busca compreender o processo evolutivo e o comportamento do ser humano tem sua
origem inegavelmente nas especulações mais remotas, emergidas do dia-a-dia do
senso comum, para uma atividade mais sistemática, mais racional, profundamente
influenciada pela visão de mundo do investigador, pelo seu sistema de crenças e
valores – a Filosofia.
Muitas e significativas foram às
influências da Filosofia no processo de cientificação da Psicologia, as quais
serão, por nós, oportunamente estudadas.
>DEFINIÇÃO DE PSICOLOGIA
O termo “Psicologia” tem origem grega, sendo
derivado da junção de duas palavras - Psyché e logos - significando o “estudo da mente ou da alma”. Mas, vejamos: como se
define Psicologia?
Em meio a uma gama variada de
definições, hoje, define-se Psicologia como a ciência que estuda o
comportamento e os processos mentais do ser humano.
Embora ainda existam controvérsias
entre os teóricos a respeito de ter ou não alcançado um estatuto de ciência, já
é claro, entretanto, que a Psicologia já é unanimemente reconhecida na cultura
ocidental contemporânea. É, pois, a atividade humana de busca do conhecimento
sobre a realidade do ser humano, de forma metodológica e sistemática, ordenada
e orientada pelo uso da razão e de um método caracterizado como científico,
para a construção de um corpo coerente e coeso de informações verdadeiras sobre
o homem, seu objeto de estudo.
Pense conosco:
Conceber que a Psicologia evoluiu e evolui através dos tempos, também implica
reconhecer que ela também construiu uma evolução científica. Isto quer dizer que hoje existem métodos
específicos de seu domínio, para o estudo de seu objeto, o qual também já está
definido, recortado da realidade como um objeto determinado e delimitado – o
homem, seu comportamento e sua subjetividade.
Posto isto, não há como negarmos que
o objeto de estudo da Psicologia, por sua própria natureza e essência, é amplo,
em possibilidades, traçando para a Psicologia, por sua vez, um âmbito de
atuação que cobre um amplo espectro de assuntos.
O OBJETO DE ESTUDO dessa ciência admite:
>as funções básicas do
comportamento humano (aprendizagem, memória, linguagem, pensamento, emoções e
motivações);
>questões sociais, típicas da
natureza gregária e das formas de vida social do Ser humano;
>os ciclos de vida e os aspectos
do processo de desenvolvimento do Ser humano;
>a saúde, suas perturbações e as
patologias apresentadas pelo Ser humano, bem como pelas organizações humanas.
INFLUÊNCIAS FILOSÓFICAS SOBRE A PSICOLOGIA
Agora, como combinado antes, vamos
ver brevemente em que termos a Filosofia e a Psicologia se relacionaram.
Os antecedentes da Psicologia moderna
apontam para uma forte tradição filosófica em sua origem. Desde a Antigüidade,
os filósofos se ocuparam com os mesmos questionamentos, as mesmas reflexões
acerca da natureza do ser humano, os quais permanecem sendo investigados pelos
psicólogos até hoje.
Contudo, a distinção significativa
entre a Psicologia moderna e seus antecedentes filosóficos aponta para a
abordagem metodológica e as técnicas empregadas, por uma e por outra, no estudo
da natureza humana.
Vejamos:
Desde a Antiguidade Clássica até o
último quarto do século XIX, os filósofos preocupavam-se em estudar a natureza
humana e para isso empregavam como método a especulação, a intuição e a
generalização baseadas em sua limitada experiência sensorial.
Já no século XVII,
a filosofia que iria alimentar a nova Psicologia estava impregnada do espírito
do mecanicismo, o qual concebia o
universo como uma grande máquina. Segundo essa doutrina, todos os processos
naturais podem ser explicados pelas leis da física, porque são mecanicamente
determinados.
Como era, então, o panorama dessa época?
A ciência se desenvolvia, métodos
eram descobertos, lado a lado com os avanços alcançados pela tecnologia.
A observação e a experimentação tomavam as marcas
distintivas da ciência, seguidas de perto pela medição. Só era considerado
Científico aquilo que pudesse seer mensurado.
A Física, então conhecida como
Filosofia Natural, serviu de modelo orientador para os estudos psicológicos.
O físico inglês Robert Boyle, o
astrônomo alemão Johannes Kepler e o filósofo francês René Descartes reafirmam
o modelo mecanicista, que traz em si a idéia do determinismo (todo ato é
determinado por eventos passados).
Do determinismo decorre naturalmente
a previsibilidade dos fenômenos, e isso autoriza os cientistas a adotarem o
reducionismo como método de análise característico de todas as ciências em
desenvolvimento, inclusive a nova Psicologia.
Sugestão:
Pesquise um pouco mais sobre Mecanismo; Determinismo e
Reducionismo.
PRIMEIRAS ABORDAGENS TEÓRICAS DA PSICOLOGIA MODERNA
Vimos que, a partir do século XVII, o
mundo se organizava em torno de novas concepções, novos valores, um novo
paradigma. Fácil perceber que uma nova Psicologia também estava sendo
germinada, e que para ser reconhecida e instituída teria que adotar os mesmos
métodos utilizados para o estudo do universo físico, para explorar, estudar e
prever os processos e o comportamento humano. Esses métodos, considerados
eficazes, eram experimentais e quantitativos.
Para refletir...
Você vê possibilidades de se estudar a variedade de comportamentos
de crianças na escola apenas pormétodos quantitativos?
Ao longo da
história, o conhecimento até então obtido por esses métodos, os conceitos, a
visão que se tinha das coisas, os dogmas filosóficos e teológicos do passado
que vinculavam a ciência passaram a ser questionados, gerando um processo de
mudança que vai dar lugar ao domínio do empirismo.
O Empirismo, diferente do
racionalismo, afirma que todo conhecimento é adquirido pela percepção do mundo
externo ou pelo exame da nossa atividade mental, reconhecendo a experiência
como única fonte válida de conhecimento.
A história da Psicologia se confunde
nos seus primórdios com a Filosofia. Não se pode negar que diversos filósofos
contribuíram na elaboração de questões que se fizeram muito importantes para
esta mudança de paradigma.
Dentre estes filósofos destaca-se a
contribuição de René Descartes para o surgimento da Psicologia Científica,
afastando-a dos dogmas teoloógicos e tradicionais rígidos que dominaram o
conhecimento, especialmente na Idade Média.
Dentre muitas, a maior contribuição
de Descartes para a História da Psicologia Moderna foi a tentativa de resolver
o problema corpo-mente que era uma questão controvertida e que perdurava desde
o tempo de Platão, quando a maioria dos pensadores deixou de adotar uma visão
monista (mente e corpo era uma só entidade) e adotaram essa visão dualista
(mente e corpo eram de naturezas distintas).
A visão dualista sobre a relação
mente e corpo implicava numa outra questão:
Saber qual é a relação entre mente e
corpo. A mente e o corpo influenciam-se mutuamente ou só a mente influencia o
corpo conforme se pensava até então?
Descartes responde
a essa questão com a Teoria do interacionismo mente-corpo,
segundo a qual mente e corpo,
apesar de serem duas entidades distintas, são capazes de exercer influências mútuas e interatuar no organismo humano. Ele concluiu que a razão mediava todas as relações objeto/sujeito, e só através dela é que se pode chegar à verdade sobre as coisas. Fez severa crítica ao sensualismo, afirmando que os sentidos poderiam enganar.
apesar de serem duas entidades distintas, são capazes de exercer influências mútuas e interatuar no organismo humano. Ele concluiu que a razão mediava todas as relações objeto/sujeito, e só através dela é que se pode chegar à verdade sobre as coisas. Fez severa crítica ao sensualismo, afirmando que os sentidos poderiam enganar.
Descartes fez uma passagem pela
história da Psicologia que fica inscrita. Após ele, a ciência moderna e a
Psicologia se desenvolveram rapidamente e em meados do século XIX o pensamento
europeu foi impregnado por um novo espírito: o Positivismo.
Agora responda:
Quem é o pai do Positivismo?
Dica: Este filósofo se limitou apenas a
fatos cuja verdade estava acima de qualquer suspeita, ou seja, que poderiam ser
comprovados cientificamente, que poderiam ser observados e eram indiscutíveis.
Já sabe?
Você sabia que...
Nos alicerces filosóficos de uma nova
Psicologia estavam o Positivismo, o Materialismo
e o Empirismo e daí tinha-se um panorama de idéias onde se entendia que os
fenômenos psicológicos eram constituídos de provas factuais, observacionais e
quantitativas, e eram sempre baseados na experiência sensorial.
Por muito tempo, a Psicologia tinha
sido considerada puramente mecanicista. Posteriormente, o espírito materialista
gerou idéias de que a consciência poderia ser explicada através e em termos da
Física e da Química e os pesquisadores se concentraram na estrutura anatômica e
fisiológica do cérebro.
Para saber mais, acesse:
http://www.marxists.org/portugues/wallon/1942/psicologiematerialismodialetico.htm
Sugestão:
PESQUISE UM POUCO MAIS SOBRE POSITIVISMO; MATERIALISMO E EMPIRISMO.
A Origem da Psicologia Científica
Ainda tentando contextualizar essa
evolução histórica da Psicologia, você não pode desconsiderar que, como todos
os acontecimentos humanos, a constituição do referencial científico esteve,
como está, diretamente correlacionada com as necessidades da humanidade.
Também é natural conceber que,
subjacente à ordem econômica e social, está sempre um sistema de pensamento, de
valores e assim, contemporâneo ao surgimento e desenvolvimento da ciência,
desenvolvia-se um novo sistema de pensamento, que poderia ser sintetizado
assim:
-o homem passou a ser concebido como
um ser livre, capaz de construir seu futuro;
-os dogmas da Igreja foram
questionados;
-o conhecimento tornou-se
independente da fé;
-a racionalidade do homem apareceu,
então, como a grande possibilidade de construção do conhecimento.
Estavam dadas as condições materiais para o
desenvolvimento da ciência moderna.
As idéias dominantes no panorama da
ciência moderna podem ser assim traduzidas:
-o conhecimento é fruto da razão;
-a possibilidade de desvendar a
Natureza e suas leis pela observação rigorosa e objetiva;
-a busca de um método rigoroso, que
possibilitasse a observação para a descoberta dessas leis;
-a necessidade (decorrente) de os
homens construírem novas formas de produzir o conhecimento.
Ouvindo falar tanto
em ciência você deve estar a se perguntar o que isso tem a ver com a
Psicologia. Em verdade, a Psicologia científica como tal não escapa das
influências desse movimento histórico da ciência em geral. Especificamente,
algumas descobertas no campo da Fisiologia, Neuroanatomia e Neurofisiologia são
bastantes relevantes para o avanço da própria Psicologia científica. A
participação decisiva de Wilhelm Wundt ao desenvolver a noção do paralelismo
psicofísico, criar o método do introspeccionismo e, na Alemanha, na
Universidade de Leipzig,o primeiro laboratório de
Psicofisiologia, o que lhe fez merecer o título de Pai da Psicologia Científica.
Por quê?
Porque é ele quem, nos primeiros anos
da evolução da Psicologia como disciplina científica distinta, influencia essa
nova ciência e determina seu objeto de estudo, seu método de pesquisa, os
tópicos a serem estudados e seus objetivos.
O berço da Psicologia Científica é,
portanto, a Alemanha do final do século XIX.
A Psicologia científica nasce quando,
no século XIX, Wundt preconiza a Psicologia “sem alma” e passa a ligar-se às
especialidades da Medicina, adotando o método de investigação das ciências
naturais como critério rigoroso de construção do conhecimento.
Já vimos que a Psicologia Científica
vai se libertando da Filosofia, e isso se dá à medida que define seu objeto de
estudo, delimita seu campo de estudo, diferenciando-o de outras áreas do
conhecimento, formula métodos de estudo próprios para seu objeto próprio de
estudo e formula teorias, que vão constituir um corpo consistente de
conhecimento, com autonomia metodológica, e assim galga o estatuto de Ciência.
O Funcionalismo pode ser considerado a primeira sistematização de conhecimentos em
Psicologia, uma Psicologia que por ser construída numa sociedade pragmática,
está voltada para seu desenvolvimento econômico, e preocupa-se em responder “o
que fazem os homens” e “por que o fazem”.
Os estudos funcionalistas elegeram a
consciência como o centro de suas preocupações e traçaram como objetivo a busca
pela compreensão de seu funcionamento.
O Estruturalismo - é um sistema de pensamento que também se volta para a compreensão do
mesmo fenômeno que o Funcionalismo: a consciência. Mas, Titchner propõe,
contudo, que se estude a consciência em seus aspectos estruturais, isto é, os
estados elementares da consciência tomados como estruturas do sistema nervoso
central, adotando o mesmo método de observação de Wundt, o introspeccionismo.
Ainda é uma noção estruturalista a de
que todos os conhecimentos psicológicos são eminentemente experimentais,
produzidos em pesquisas de laboratório.
Edward L. Thorndike
Principal representante da escola associacionista, foi o
responsável pela formulação da primeira teoria de aprendizagem na
Psicologia. Sua produção de conhecimento se dava em torno da visão de
utilidade deste conhecimento, muito mais do que por questões filosóficas, como
sempre ocorrera na Psicologia.
O termo associacionismo origina-se da
concepção de que a aprendizagem se dá por um processo de associação das idéias
— das mais simples às mais complexas, de modo que a aprendizagem de um conteúdo
complexo, requer primeiro o aprendizado de idéias mais simples, que estariam
associadas àquele conteúdo.
Thorndike ainda
formulou também a Lei do Efeito, que viria a ser de grande utilidade para a Psicologia
Comportamentalista e de acordo com a qual, todo comportamento de um organismo
vivo (um homem, um rato etc.) tende a se repetir, se for recompensado (efeito)
assim que emitir o comportamento. Por outro lado, o comportamento tenderá a não
acontecer, se o organismo for castigado (efeito) após sua ocorrência.
Pela Lei do Efeito, o organismo irá
associar essas situações com outras semelhantes, generalizando essa
aprendizagem para o contexto maior da vida.
As três escolas —
Associacionismo, Estruturalismo e Funcionalismo — da Psicologia Científica
constituíram-se emmatrizes para o desenvolvimento de outras
abordagens teóricas, no século XX, dentre as quais as três mais importantes
são: o Behaviorismo, a Gestalt e a Psicanálise que nós vamos conhecer mais, em breve. Por ora, importa
a você saber desde já:
O Behaviorismo
É uma teoria também conhecida como
Teoria S-R (Estímulo-Resposta), nasceu com John Watson, psicólogo americano, e
teve um desenvolvimento grande nos Estados Unidos, em razão de sua
aplicabilidade prática. Sua contribuição mais importante foi à definição do
fato psicológico, de modo concreto, a partir da noção de comportamento
(behavior). Essa tendência teórica, por esse motivo, foi designada como
Behaviorismo, ou também, Comportamentalismo, Teoria Comportamental, Análise
Experimental do Comportamento, Análise do Comportamento. Atualmente, entende-se
o comportamento como uma interação entre aquilo que o sujeito faz e o ambiente,
ou seja, o comportamento não é mais visto como uma ação isolada. As interações
entre o ambiente (as estimulações) e as açoes do indivíduo (suas respostas),
são objetos de estudo do Behaviorismo.
Saiba mais...
O mais importante
dos behavioristas que sucederam Watson foi B. F. Skinner (1904-1990), cuja produção teórica tem, até hoje, influenciado muito a
Psicologia americana e a Psicologia dos países onde esta tem grande penetração,
como o Brasil.
Conhecida por BEHAVIORISMO RADICAL,
termo cunhado pelo próprio Skinner, em 1945, para designar uma filosofia da
Ciência do Comportamento (que ele se propôs defender) por meio da Análise
Experimental do Comportamento, tem sua base teórico-conceitual na formulação do
comportamento operante.
O Condicionamento operante é a modificação do
comportamento (reações e ações de do ser humano), através do controle das
consequências que se seguem a um determinado comportamento.
A Gestalt
Diferentemente do Behaviorismo, tem
seu berço na Europa, onde surge para negar e combater a fragmentação das ações
e processos humanos, nos estudos realizados pelas tendências da Psicologia
científica do século XIX.
Teve como postulado principal a
necessidade de se compreender o homem como uma totalidade, e é a tendência
teórica do século XX mais ligada à Filosofia, além de se apresentar como uma
das tendências teóricas mais coerentes e coesas da história da Psicologia.
Tem na noção de percepção o ponto de
partida e também um dos temas centrais de suas investigações e postulações
teóricas. A forma como o indivíduo percebe os processos, são dados importantes
para a compreensão do comportamento humano.
Defende a idéia de que o
comportamento deve ser estudado nos seus aspectos mais globais, levando em
consideração as condições que alteram a percepção do sujeito.
Saiba mais...
Gestalt é um termo alemão de difícil tradução em nossa língua, na qual o termo
mais próximo seria forma ou configuração. Esses termos, entretanto, não são
empregados por não corresponderem exatamente ao seu real significado em
Psicologia.
Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang
Kôhler (1887-1967) e Kurt Koffka(1886-1941), são representantes de peso desta
teoria. Eles se ocuparam em seus estudos de tentar compreender quais os
processos psicológicos envolvidos na percepção.
A Psicanálise
É uma teoria nascida do trabalho de
Sigmund Freud (1856- 1939), na Áustria, a partir de sua prática médico-clínica,
e traz para a Psicologia uma grande contribuição que consiste em ter recuperado
a importância da afetividade.
Tem como grande
inovação a elaboração do conceito de inconsciente, tomado como seu objeto de
estudo, e a descoberta da sexualidade infantil, rompendo assim com a tradição
da Psicologia, até então definida como a ciência da consciência e da razão.
Continuando seus estudos, FREUD formula A Segunda Teoria do Aparelho Psíquico, introduzindo os
conceitos de ID, EGO e SUPEREGO, referindo-se aos
três sistemas da personalidade.
Você sabia que...
Hoje a prática psicanalítica avança além dos limites do consultório
clínico, constituindo-se, em verdade, num discurso que pode evidenciar-se na
prática terapêutica, de orientação, de aconselhamento educacional,
formação de professores, psicopedagogos etc., bem como de estudo, análise
e compreensão da realidade social, como também de intervenção nas
organizações sociais?
O termo Psicanálise também é usado para refeerir-se a um método de
investigação e uma prática profissional.
Por fim, perfazendo a linha histórica
de evolução da Psicologia científica, temos evidente que no panorama atual da
Psicologia, várias e diversificadas abordagens psicológicas têm espaço, como
frutos de questionamento, reelaboração e evolução das matrizes teóricas da
Psicologia: o Behaviorismo, a Gestalt e a Psicanálise.
Assim, sinteticamente teríamos:
1 - Do Behaviorismo, o surgimento das
abordagens do Behaviorismo Radical (B. F. Skinner) e do Behaviorismo Cognitivista (A. Bandura e, atualmente, K. Hawton e A. Beck).
2 - O quase desaparecimento da Gestalt,
enquanto teoria psicofisiológica. Entretanto, a tradição filosófica que a
fundamenta — a Fenomenologia — avançou por caminhos diferentes, dentre eles o
de associar-se ao campo daPsicologia Existencialista, configurando
contemporaneamente uma vertente da Psicologia que se volta para discutir as
bases da consciência através dos ensinamentos de Jean Paul Sartre.
3 - Da Psicanálise originaram-se inúmeras
abordagens, como a Psicologia Analítica (Cari G.Jung) e a Reichiana(W. Reich) — dissidências
que construíram corpos próprios de conhecimento; e a Psicanálise Kleiniana (MelanieKlein) e a Psicanálise Lacaniana (J. Lacan), que deram
continuidade à teoria freudiana.
4 - Na Psicanálise, a história do sujeito
é singular e cada palavra, expressão ou simbológica, tem um significado único
que diz respeito a história pessoal de cada um.
Psicologia da Educação: origem e evolução histórica
Após essa visão
panorâmica da Psicologia Científica, campo de onde se especializa a Psicologia
da Educação, iremos falar sobre esse âmbito ou área de atuação que assim se
intitula: a Psicologia da Educação.
Como você acha que surgiu a Psicologia da Educação?
Vejamos:
Como resultado natural do esforço
empreendido por muitos psicólogos e pedagogos, interessados em aplicar o
conhecimento, os princípios, as explicações e os métodos da Psicologia, sobre
um campo particularmente importante e controvertido, o campo das práticas
educativas em geral e, em particular, da educação escolar, a Psicologia da
Educação foi se delineando como campo específico e individualizado da
Psicologia científica.
Assim, parece
lógico que como fruto do trabalho de psicólogos e pedagogos, a história da origem e da evolução da Psicologia da Educação confunde-se com a história da própria Psicologia científica, por um
lado, e com a evolução do pensamento educativo, por outro.
Vejamos:
Até o final do século XIX as relações
entre Psicologia e Educação eram mediadas pela Filosofia, não se podendo falar
de uma Psicologia da Educação, pelo menos até os idos de 1890.
Nessa época, a teoria educativa
vigente era a das faculdades ou funções cognitivas. Talvez você não saiba, mas
remonta a essa época e a esse fato a justificativa para o emprego do método da
disciplina formal, que, orientado pela principal finalidade de exercitar as
faculdades humanas dos alunos - inteligência, memória, raciocínio, atenção,
concentração, imaginação etc. - priorizou os conteúdos.
Você já viu que no século XIX, a
Psicologia começa a se distanciar e a ganhar autonomia da Filosofia.
Em síntese, era do âmbito investigativo da Psicologia
da Educação o conhecimento sobre a criança que a Ciência produzira,
de modo que as diferenças individuais pudessem ser
reconhecidas, estudadas e consideradas na análisedos processos de
ensinoaprendizagem, e para, além disso, ainda importava elaborar
testes psicológicos que se prestassem como instrumentos de medição,
de quantificação dessas diferenças.
Ora, o mesmo ocorre com a teoria
educativa, que passou a buscar uma fundamentação científica para si mesma.
Esse é o contexto de nascimento da
Psicologia da Educação, cronologicamente em torno da primeira década do século
XX. Uma área historicamente recente, portanto.
Todas as abordagens investigativas da
Psicologia são consideradas potencialmente úteis para a educação.
A Psicologia da
Educação se delineia e caracteriza como uma área para onde convergem interesses
e questionamentos sobre a aprendizagem e tudo quanto correlacionado, direta ou
indiretamente, à problemática educativa e escolar. Contudo, três campos de
interesse se sobressaem, constituindo-se no núcleo da
Psicologia da Educação:
-o estudo e a mensuração das
diferenças individuais, bem como as mudanças de comportamento do sujeito,
vinculadosa sua participação em situações educativas;
-a análise dos processos de
aprendizagem, desenvolvimento e socialização;
-desenvolvimento infantil.
Natureza, dimensão epistemologica, fundamentos científicos, objetos
de estudo e conteúdos da Psicologia da Educação
Pela sua própria natureza e origem, híbridas, os especialistas da Psicologia da Educação giram em torno de divergências quanto às considerações sobre sua autonomia epistemológica.
Pela sua própria natureza e origem, híbridas, os especialistas da Psicologia da Educação giram em torno de divergências quanto às considerações sobre sua autonomia epistemológica.
Existem basicamente três correntes ou posicionamentos, a
esse respeito:
1. a Psicologia da Educação é entendida como mera etiqueta de designação
para o corpo de explicações e princípios psicológicos pertinentes e relevantes
à educação e ao ensino, não tendo autonomia didática.
Essa corrente de especialistas
entende que “Psicologia da Educação” é apenas a terminologia empregada para
designar o corpo de princípios e explicações alcançados pela Psicologia,
decorrente de uma seleção de conceitos próprios de outros segmentos do saber
psicológico, como a Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento etc.,
aplicáveis à situação educativa;
2. a Psicologia da Educação é entendida
como uma disciplina com autonomia científica e didática, uma vez que tem já
determinados objetivos e conteúdos, bem como programas de pesquisa próprios, e
realiza contribuições originais e significativas para a situação educativa,
extrapolando a mera aplicação dos princípios psicológicos aos fenômenos
educativos;
3. a Psicologia da Educação é entendida
como uma “disciplina ponte”, com um objeto de estudo, alguns métodos, marcos
teóricos e conceitos próprios, caracterizando-se como uma disciplina de
natureza aplicada.
Para refletir...
O que se pode entender por uma “disciplina ponte?”.
O que se pode entender por uma “disciplina ponte?”.
A Psicologia da
Educação, em razão de sua natureza e, em face da dimensão dos resultados de
suas pesquisas e estudos, do valor e do alcance objetivo dos mesmos para a
prática educativa pedagógica, tem sido reconhecida como disciplina psicológica e educativa de natureza aplicada
(‘disciplina ponte’).
OBJETIVOS DE ESTUDO DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
A Psicologia da Educação tem estudado
os processos educativos orientada por objetivos que podem ser considerados e
configurados numa tríplice dimensão:
-dimensão Teórica ou Explicativa –
estudam-se os processos educativos com o objetivo de contribuir para a
elaboração de uma teoria explicativa destes processos;
-dimensão Projetiva ou Tecnológica –
estudam-se os processos educativos com o objetivo de elaborar modelos e
programas de intervenção voltados para a práxis educativa;
-dimensão Prática ou Aplicada –
estudam-se os processos educativos com o objetivo de colaborar para a
construção de uma práxis educativa coerente com as propostas teóricas
formuladas.
OBJETOS DE ESTUDO E OS CONTEÚDOS DA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Vamos pensar mais um pouco sobre as
conseqüências para a Psicologia da Educação de ser ela classificada como uma
disciplina-ponte, de natureza aplicada.
Dessa classificação, em verdade,
decorrem algumas situações:
A definição de seu objeto de estudo: os processos de mudança
comportamentais provocados ou induzidos nas pessoas, como resultado de sua
participação em atividades educativas.
A sistematização
dos fatores ou
variáveis interferentes nas situações educativas (direta ou indiretamente) em dois grupos, a saber:
Como você pode vislumbrar, a partir
do quanto até aqui falado, muitos são os aspectos estudados pela Psicologia da
Educação, e muitas são as contribuições que dela podem advir para o
profissional de educação.
A ação exige essa reflexão e a porta
foi aberta!
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